Tudo indica que a corrida sucessória pelo comando do Palácio Iguaçu promete uma disputa muito mais acirrada. Colabora para esse cenário o fato de Ratinho Jr não poder concorrer a um terceiro mandato consecutivo, além do fato de que a política estadual deve passar por uma renovação Veterano que pode tentar o cargo é o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), que deixa o cargo em 2024. Como prefeito da Capital, a candidatura de Greca seria natural. O prefeito emplacou recentemente seu vice, Eduardo Pimentel (PSD), como secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano do governo Ratinho Jr.
A nomeação sinaliza o apoio de Ratinho Jr e do próprio Greca à candidatura de Pimentel à sucessão do prefeito.
Outro possível candidato à sucessão de Ratinho Jr, o ex-governador Beto Richa (PSDB), só conseguiu se eleger deputado federal em 2022 devido à impugnação da candidatura do ex-prefeito de Ponta Grossa, Jocelito Canto (PSDB), o que também indica dificuldades para sustentar uma tentativa de voltar ao palácio do Iguaçu.
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano é vista como um trampolim para a ascensão política de seus titulares. O próprio Ratinho Jr comandou a Pasta no governo Beto Richa, deixando o cargo para articular sua candidatura ao governo. O cargo garante ao secretário bom trânsito com prefeitos, já que é responsável por obras do Estado nos municípios.
Por essa articulação, já se prevê, inclusive, que em 2024 o vice concorreria ao comando da Capital e Greca seria alçado à secretaria no lugar de Pimentel, quando ele deixar o cargo para disputar a prefeitura. Com isso, o atual prefeito garantiria força política para concorrer à sucessão de Ratinho Jr.
Existem dúvidas, porém, sobre se Greca terá condições de saúde para enfrentar uma desgastante disputa ao governo.
Esse cenário abre espaço para o crescimento de novas lideranças políticas do Estado. Uma das que já é cotada para a disputa pelo governo é o senador diplomado Sergio Moro (União Brasil). Eleito com mais de 1,9 milhão de votos, o ex-juiz da Lava Jato se torna uma aposta natural da direita conservadora paranaense. A dúvida é se ele se disporá a assumir a condição de liderança regional, ou vai preferir tentar uma nova candidatura à Presidência da República, na tentativa de herdar o eleitorado bolsonarista, após a experiência frustrada de 2022. No ano passado, Moro teve que disputar o Senado, depois de não conseguir o apoio nem do Podemos, nem do União Brasil, para a sua pretensão de concorrer ao Palácio do Planalto.
Entre as forças de oposição, a grande dúvida é como se comportará a federação formada por PT, PV e PSB na eleição para o governo do Paraná em 2026. Após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência da República no ano passado, a tendência é que o PT indique o candidato do bloco, já que das três legendas, é a que tem nomes com maior densidade eleitoral para a disputa.
Nesse cenário, a presidente nacional do partido, deputada federal reeleita, Gleisi Hoffmann, desponta como a liderança mais forte para concorrer ao Palácio Iguaçu pelo bloco oposicionista. No ano passado, ela foi reeleita para a Câmara com a segunda maior votação, atrás apenas do ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos). Além disso, ganhou a confiança de Lula ao comandar o PT durante a pior crise da história do partido, que culminou na prisão do presidente, em 2018, no auge da operação comandada pelo hoje deputado federal eleito.
Apenas análise de bastidores, sem nada oficial.
#blogjoaresbrasil